sexta-feira, 1 de março de 2013

O visitante



Por detrás do teto escuro eu ouço
Vozes, lamentos, o fino uivo d’um cão...
E nas agruras deste calabouço
Sofro dentro deste vil caixão.

Por detrás do teto escuro um moço
Que lento balbucia: “Meu Pai, perdão!”
Chega a estalar-me o osso
Essa moça voz deste anfitrião

Por detrás do teto escuto o Terço,
Pai-Nossos, Credos... sou bem quisto.
E meu corpo duro como gesso...

Novamente a voz, e não resisto:
“Quem és tu?, pois já padeço.”
E a rouca voz: Filho, sou Jesus Cristo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário